Hoje, dia 1º de setembro, foi um respeitável dia de lutas. A grande manifestação de professores, alunos e simpatizantes da causa da educação levou um mar de pessoas à Assembleia Legislativa do Ceará - ALEC, em uma manhã marcada pelo prazer de lutar por bons ideais e a coragem de enfrentar o desprezo dos deputados e a violência e covardia de parte do aparato policial colocado para "proteger" a ALEC do povo, por mais contraditório que isso seja. Não há como não sentir orgulho dos manifestantes, principalmente dos estudantes, sempre festivos, corajosos e determinados. Não há como não sentir nojo e raiva daquelas "autoridades" que chamaram o batalhão de choque para agredir adolescentes e professores. Sim, houve agressão contra os manifestantes. A polícia, paga pelo povo, mais uma vez agrediu covardemente o povo. Mas isso não desanimou os manifestantes. Ao contrário, fortaleceu a certeza de que aquele era o caminho correto: pressionar o governo, fazer-se ouvir por quem não nos dá ouvidos. Tenho um orgulho tremendo daqueles jovens (e dos não tão jovens) que fizeram um fantástico exercício de democracia direta e se fizeram ouvir na ALEC. Aliás, a ALEC tremeu com tambores, palavras de ordem, com a vida que transbordava daquela multidão. Além de professores, alunos, pais, estavam presentes representações de outros importantes movimentos, como o MST, Movimentos Populares, Centrais Sindicais, Coletivos sociais. Vários professores que trabalham em Maranguape estiveram no evento. Alguns: Leite, Marcos Figueiredo, Victor, Neto, Julio César, Leonardo, Emanoel, Ícaro, Isabel, João.
Resumo da ópera
Os manifestantes se concentraram na Praça da Imprensa (aos milhares). De lá, desceram a Av. Desembargador Moreira até a ALEC. Lá, ocuparam o interior da Assembleia e tentaram entrar no Plenário. O destacamento policial da ALEC reprimiu violentamente os manifestantes. O Batalhão de Choque, que estava escondido próximo à Plenária, apareceu e reprimiu os manifestantes. Muitos joves e professores ficaram machucados pelas agressões covardes da polícia. O Hall de entrada da Plenária e as escadarias dos andares superiores ficaram totalmente tomadaos por manifestantes. Gritos de ordem, batucada, resistência democrática. O BPChoque não conseguiu expulsar os manifestantes. Discursos, alguns mais inflamados, outros mais comedidos, com direito à vaias e aplausos. Tantas faixas, cartazes e uma pichação na parede da ALEC: Educação já! Sob o coro de "Professor na frente", os alunos cobraram que aqueles professores que estavam nos andares superiores descessem para o hall e se posicionassem em frente ao BPChoque. Infelizmente muitos professores não tiveram a coragem dos estudantes e de outros companheiros, permanecendo comoda e covardemente nas escadarias dos andares superiores. Após o chamado dos alunos, vários professores desceram para o hall. Com o tempo, muitos manifestantes sentaram no chão do hall, corredores e entorno da entrada da ALEC, numa postura pacífica de resistência. Uma comissão de manifestantes se reuniu com representantes da ALEC. Enquanto isso, aqueles que ficaram aguardando decidiram "acampar" na ALEC e passar a noite por lá. Após a reunião da comissão e a promessa de que a ALEC tentaria intermediar a reabertura de negociação com o Governo, a idéia de "acampar" foi abandonada. Aos poucos, com o sentimento de dever cívico cumprido, os manifestantes saíram da ALEC, sabendo que naquele dia haviam lembrado aos deputados que o povo também tem o direito e a capacidade de exercer, por suas mãos, o poder democrático de intervir na pretensa "casa do povo" (ALEC). Não lembro da última vez que tive tanto orgulho de um grupo de cidadãos pelo exercício de seus direitos. Pena que perdí parte do ocorrido. [Marcos Figueiredo]
Seguem algumas fotos e vídeos com os autores citados.
Prof. Leite
Prof. Marcos Figueiredo
Prof. Marcos Figueiredo
Prof. Marcos Figueiredo
Prof. Leite
Prof. Marcos Figueiredo
Prof. Marcos Figueiredo
Prof. Marcos Figueiredo
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