Este texto não representa o pensamento da Zonal de Maranguape, mas a de um dos seus membros, presente nas ações de hoje, 28/09, o Prof. Marcos Figueiredo.
Para quem sempre defendeu a continuidade da greve, não há nenhuma surpresa: Cid não tem palavra nem compromisso com um PCCS que dignifique o magistério. Para quem defendeu a suspensão, será que agora vê quem e aonde está o inimigo e o que se tem de fazer?
Hoje pela manhã, o governador Cid enviou mensagem à Assembleia Legislativa, aplicando sua interpretação da lei do piso apenas para os professores com ensino médio. De quebra, ainda aumentou o interstício para dois anos, reduziu vantagens, impediu a repercussão contínua do piso nacional e nem tocou no assunto do 1/3 para planejamento. Tudo isso, sem explicar com qual autoridade contraria a Constituição Estadual, que determina que o PCCS seja feito com a participação de representantes da categoria, fato que não houve. Assim, aparentemente, Cid tenta enterrar a carreira do magistério e impor grande parte da proposta original passada, que havia dito que estava morta e deveríamos esquecer. Aos defensores do "diálogo" com Cid, resta perguntar: dá pra confiar nesse senhor, desarmar-se e desmobilizar-se?
A reação dos professores foi imediata: a manifestação que iria ocorrer hoje, no Palácio da Abolição, foi transferida para a Assembleia Legislativa, que foi ocupada por professores. A mensagem do governo foi lida, e a maioria governista garantiu que ela tramitasse em regime de urgência, dando início aos trâmites formais na Assembleia. Num Estado com tantos graves problemas para se resolver, dar regime de urgência à matéria do governo é um acinte á toda a sociedade cearense. A manifestação dos professores na Assembleia, tanto nas galerias da casa quanto no hall, impediu que a mensagem fosse enviada para as comissões, segundo passo para a sua aprovação. As comissões não se reuniram na tarde de hoje. Em atitude desesperada e, ao mesmo tempo corajosa, professores iniciaram uma greve de fome e vários voluntários decidiram acampar e pernoitar na ALEC, para pressionar os deputados e garantir a presença da categoria nos primeiros movimentos de amanhã. Aqui abro espaço para relatar que quatro professores que trabalham em Maranguape estavam no movimento, e um deles está no acampamento (salve, grande Neto! Salve, heríos do acampamento e da greve de fome).
Novamente, são aqueles que vão para a luta que enfrentam o leviatã Cid Gomes. Aqueles que permanecem na escola em nada ajudam, apenas enfraquecem a resistência da categoria.
Quando, na sexta-feira passada (23/09), cerca de 1/3 da Assembleia geral optou por suspender a greve e, pior que isso, muitos professores contrariaram a determinação da Assembleia da Categoria pela continuidade da greve e decidiram voltar às aulas, abandonando aqueles que ainda lutavam contra as arbitrariedades do governo, fazendo críticas desmedidas à quem permanecia na greve e espalhando o terror e enfraquecendo enormemente o movimento, essa que já foi a mais unidas greves de todos os tempos no Ceará, o governo Cid recebeu, dos desistentes, um claro sinal que que a categoria estava fragilizada e dividida e seria o momento certo para aplicar os golpes fatais na carreira do magistério. Foi o que ele começou a fazer.
Até mesmo a APEOC, que há cerca de um mês se esforçava para desarticular a greve, teve de recuar e convocar a categoria para se reorganizar e lutar conta a tentativa do governo... ou seja, até a APEOC, agora, está tendo de defender a GREVE!
Talvez, este seja o último momento para a categoria se reunificar e reagir com força total. Se não for agora, talvez não seja nunca! Somos uma única categoria e precisamos defender nossa carreira e a educação de qualidade no Ceará.
E você, de que lado estará? Como contará o final dessa história para seus alunos, parentes e para sua consciência?