sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Assembleia decide por SUSPENSÃO da greve!

A Assembleia Geral dos professores, realizada hoje (07/10) à tarde e noite no Ginásio Paulo Sarasate em Fortaleza, decidiu por maioria pela SUSPENSÃO da greve por 30 dias, havendo mobilização da categoria no mesmo período. Embora o processo de avaliação de votos tenha sido alvo de críticas, a APEOC apressou-se em declarar que maioria dos presentes votou pela suspensão da greve, o que gerou protestos e denúncias de fraude. Durante estes 30 dias, os professores devem desenvolver atividades de esclarecimento e mobilização, assim como ficar atentos e acompanhar os andamentos das negociações com o governo, fiscalizando tanto se o governo cumpre seus compromissos para com a categoria, quanto se o sindicato APEOC e representantes da base estão defendendo adequadamente os interesses da categoria.

PROFESSOR(A), A LUTA CONTINUA! NÃO SE DESMOBILIZE, MANTENHA-SE INFORMADO(A), FIQUE ATENTO(A) AOS PASSOS DO GOVERNO, DO SINDICATO E DOS REPRESENTANTES DA BASE NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO. CASO O GOVERNO TENTE NOS TRAIR NOVAMENTE OU NÃO CUMPRA SEUS COMPROMISSOS, DEVEMOS VOLTAR ÀS RUAS, RETORNAR A GREVE E PROVAR NOVAMENTE NOSSA FORÇA E UNIÃO!

PONTOS QUE DEVEMOS LEMBRARAO VOLTARMOS PARA A SALA DE AULA
A greve foi iniciada pela categoria em Assembleia e foi suspendida pela mesma categoria, em Assembleia. Esta está sendo uma greve diferente e especial, já sendo a maior greve de todos os tempos no Ceará, tanto em dias, quanto em adesão. Assim, foi a soberania da Assembleia que decidiu início e suspensão da greve, que resistiu à decisão "injusta" do judiciário, que resistiu à ameaças e chantagens do governo, queresistiu ao pessimismo e acomodação de grande parte dos professores. Fomos nós, professores, quem decidimos todo o processo!

A greve forçou o governo a abandonar a "tabela maldita" que iria destruir nossa carreira profissional

A greve forçou o governo, arrogante em dizer que não negociava com grevistas, a receber representantes do movimento várias vezes, para dialogar sobre propostas, ou seja, na prática para o equivalente a negociação básica.  A arrogância do governo teve de se submeter aà força do movimento, que passou a ter apoio amplo da sociedade;

A greve se transformou no maior movimento no Ceará, desde a campanha do "Fora Collor". Uniram-se às manifestações da greve, movimentos sociais, estudantes de escolas públicas, privadas e universidades, profesores de universidades e entidades federais, pais de alunos, outros sindicatos e categorias. As grandiosas manifestações realizadas pelos professores trouxeram vida nova ao civismo e à democracia cearense e estimularam a população a compreender o poder que o povo tem;

A greve representou aula prática de cidadania, tanto para os professores, quanto para estudantes e pais que nos tem apoiado. Em cada ação da greve, estudantes, pais e apoiadores tem vivenciado a cidadania ativa, a tomada de decisão sobre os destinos da própria vida, o uso dos direitos de cidadania. As vivências experimentadas na greve são muito mais reicas e frutíferas que aquelas contidas em livros e trabalhadas em sala de aula. Na greve, não apenas  estudamos a cidadania, a vivenciamos e compreendemos!


A greve resgatou o respeito, a autoestima e a dignidade pública que o professor havia perdido. Antes da atual greve, os professores eram tidos como uma categoria apática e incapaz de se articular entre si e com outros segmentos sociais, assim como uma classe incapaz de incomodar o governo. A amplitude e força da atual greve provaram o contrário. Professores são capazes de se articular e recebem o reconhecimento social, materializado pelo apoio da opinião pública, de pais e estudantes.

A greve provou que Cid Gomes não pode continuar a agir no Ceará como se fosse o rei ou ditador do Estado. A sociedade pode reagir sim, e os professores provaram isso.

A greve denunciou ao Brasil e ao mundo a situação de descaso com a educação, de politicagem e de violência contra os professores, estudantes e movimentos sociais que ocorre no Ceará. Apoio e solidariedade ao movimento dos professores cearenses tem vindo de todo o Brasil e de vários lugares do mundo.

A greve forçou o governo a admitir negociação em vários pontos sobre os quais já havia decidido impor aos professores:
  • Repercussão do piso na carreira;
  • Avaliação de desempenho;
  • Aplicação do 1/3 para atividades extra-classe;
  • Negação da divisão da carreira;
  • Valorização da especialização, mestrado e doutorado;
  • Interstício;
  • Valorização do início da carreira, mas também de toda ela;



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